E quando não sabemos o que fazer?
Sabe aqueles momentos em que não sabemos como fazer? Aqueles momentos em que passam 300 mil ideias pela cabeça e ao mesmo tempo não conseguimos escolher nenhuma? Pode parecer contraditório pensarmos que precisamos tomar UMA decisão apenas, temos 300 mil opções e... não conseguimos? Por quê? Porque PENSAMOS demais. Se conseguíssemos parar de pensar um pouquinho e sentíssemos mais, com certeza seria mais fácil. Temos a mania de acharmos que o racional é mais inteligente, mais lógico. No entanto, nos esquecemos que o sentir, justamente por não se limitar à nossa razão, é muito maior. É comum sentirmos o que queremos fazer e nosso racionalismo dizer: “mas isto não pode ser bom porque tem a questão X e a Y.” Assim é que bloqueamos o que realmente queremos, o que realmente sentimos. Esquecemos que o sentir é verdadeiro e o racional é convencional.
Quando sentimos o que queremos e vamos adiante nos surpreendemos com os resultados. No momento que optamos por seguir nosso ‘sentir’, geralmente a voz da razão diz os inúmeros fatores para não tomarmos aquela decisão. No entanto, é comum o indivíduo se surpreender com os resultados inesperados. Desse modo, ele percebe que várias situações que não estavam previstas pela razão deixaram de acontecer ou aconteceram. Por quê? Porque estamos conectados com o universo pelo sentir. Se a galáxia da via láctea é um grão de areia diante do universo, o que somos então? Será que temos conhecimento racional de tudo que nos cerca? Racionalmente não conseguimos nos conectar, mas nosso sentir nos permite a conexão. Optar entre a razão e a emoção se faz presente em todos os momentos e não somente naqueles que consideramos mais importantes, de grandes decisões. Me recordo de algo que ocorreu comigo em uma segunda-feira pela manhã. Era uma manhã como outra qualquer. Nessa época eu iniciava meu horário escolar na parte vespertina, ia até às 23h. No entanto, logo pela manhã tinha um amontoado de deveres profissionais para cumprir em casa. Quando acordei me obrigando a levantar bem cedo para cumprir com todos os compromissos a voz do sentir me dizia: “Vá dormir, você precisará”, não dê ouvidos à razão, durma o quanto precisar, acredite, você precisará desse sono a mais”. A voz da razão dizia: “De jeito nenhum, você sabe muito bem tudo que tem a fazer e o tempo que terá, essa semana terá ainda mais deveres a cumprir”. Nessa intriga toda entre razão e emoção eu sentenciei: “Vou ouvir o meu sentir, tenho feito exercícios para isso e tenho percebido que podemos dar ouvidos à emoção, ao sentir. “Meu lado mais racional ainda protestou, mas eu sentia que realmente seria preciso dormir, ainda que não tivesse nenhuma razão para tal. Assim, dormi por mais uma duas horas. À tarde, em meu trabalho, recebo a notícia que a avó de meu esposo havia falecido em Goiânia. Resultado: saímos de São Paulo por volta das 18h e dirigimos onze horas noite adentro. Eu realmente precisei daquelas duas horas de sono. Foram importantíssimas para que eu conseguisse me manter acordada e dirigir bem. Este é apenas um dos exemplos que tenho a respeito do quanto vale à pena investir naquilo que sentimos, ainda que a razão não valide nossas decisões.
A razão também é importante em nossas vidas, ela também nos garante o bom senso. Muitas vezes nos atordoamos com ideias que damos o nome de “racionais” e esquecemos o quanto elas realmente importam para nós e, assim, partimos apenas para as convenções. É importante que razão e emoção estejam sempre equilibradas. Estas confusões mentais surgem justamente porque racionalizamos demais e não damos importância para o que sentimos. Quando agimos sem pensar também temos consequência. Se vivo no momento com 300 mil ideias e não consigo seguir adiante com nenhuma delas é bom parar de APENAS pensar para respirar e sentir qual(is) da(s) ideia(s) apresentada(s) me sinto melhor. Particularmente procuro esvaziar a mente fazendo uma meditação, que é muito difícil nesses momentos, é preciso ser persistente. Outras vezes opto por dar uma pausa nos pensamentos e ouvir músicas sem pensar em nada. Cada um poderá descobrir o que lhe faz bem. O importante? Não se cobrar tanto, ou seja, SE LIBERTAR.
Gisele Aguiar
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