O que é cooperativismo?
Esta palavra vem do verbo cooperar, que é sinônimo de ajudar, auxiliar. Quando falamos de ajudar, muitos pensam equivocadamente sobre esta prática. Para muitos, auxiliar implica em tirar de si e dar ao outro. Não é por aí. Quando ajudamos alguém, este fica melhor e, naturalmente, irá querer nos retribuir. Nesse contexto, dividir será mais que somar.
A doutrina cooperativista se compõe de associações que, juntas, se fortalecem para o mesmo objetivo. No mercado de trabalho, a falta de cooperativismo entre os membros de uma equipe muitas vezes é o que impede o crescimento. É comum pessoas da mesma equipe sabotarem o colega para conseguirem destaque, reconhecimento diante de um chefe, por exemplo. No momento que alguém deixa de cooperar com a equipe e busca reconhecimento sozinho ele passa a caminhar sozinho com a sensação de que está no caminho certo enganando colegas de trabalho e ganhando destaque diante dos chefes. Enganado é sempre o que não coopera com a equipe, com as pessoas que o rodeiam. Os colegas percebem a atitude e geralmente deixam a pessoa seguir achando que está agindo corretamente. Se um colega da equipe gosta de dizer coisas para se sobrepor aos demais do grupo ao invés de ajudar, infalivelmente, é notado por colegas e chefes. Um líder que não sabe ser líder de verdade irá adorar ter alguém entregando outros colegas, mas saberá qual o caráter do “X9”. Então, o líder irá reter as informações, agradecer ao “X9” e este ficará feliz pensando que obteve reconhecimento do chefe. Outro engano.
Quem se presta ao papel de entregar os colegas não obterá respeito dos colegas de trabalho e nem do chefe. Quem age assim caminha na mediocridade e para a mediocridade.
Para exemplificar, vou contar a história de Alice, uma profissional que se dedica muito ao que faz, no entanto, por ser muito insegura, apresenta este perfil desagradável de lidar. No trabalho, os colegas a respeitam quando estão diante dela, mas quando saem e Alice não está na roda de amigos, todos comentam seu comportamento e ainda a ridicularizam. Há um outro grupo de pessoas que acreditam que Alice é legal. Este grupo é formado por pessoas recém-chegadas ao trabalho que não tiveram oportunidade de conhecê-la melhor. Claro que, como seres humanos, somos dotados de virtudes e não-virtudes. Alice não é diferente e, além disso, apresenta um bipolaridade considerável. Em determinados momentos é divertidíssima, parece ser uma amiga leal e prestativa. Em outros momentos, super mal humorada, ranzinza, totalmente difícil de lidar. O primeiro comportamento geralmente é apresentado quando Alice quer fazer um automarketing diante das pessoas que ainda não a conhecem muito bem, quando Alice quer mostrar algo aos chefes ou quando pressupõe que logo mais precisará contar com o apoio do outro.
Quando observo o comportamento de Alice me pergunto o porquê de algumas ações. Tenho convicção de que a principal razão é mesmo a insegurança. Ela, no fundo, se acha uma profissional insuficiente, acha que outros serão melhores que ela e logo mais ocuparão o lugar que ela ocupa. Quando Alice julga que um determinado colega de trabalho é mais apático, insignificante, ela geralmente não se incomoda com ele, nem inventa mentiras para deturpar a imagem deste, algumas vezes chega a ser generosa, mas quando vê um bom profissional atuar de seu lado já fica incomodada e procura sempre um jeito de apresentar alguma debilidade do colega para se sobrepor.
Quando Alice encontra um colega com as mesmas atitudes que ela, fica uma fera, desentende com a pessoa. O motivo? Espelho sempre incomoda quando estamos feios. Se não somos bem resolvidos com alguma característica em nós saberemos lidar com ela em outras pessoas? De forma alguma.
As pessoas que são diferentes de Alice sabem do caráter dela e não confiam informações, evitam conflitos ignorando algumas atitudes dela, porém sabem com quem lidam e só a respeitam externamente por educação e formalidade.
Quantas “Alices” encontramos em nossa vida diária? Várias. O que fazer? Se não há nada que possamos fazer para detê-la, deixe que as próprias atitudes de Alice a detenham. Como se fortalecer diante disto? Certamente haverá pessoas diferentes de Alice ao seu redor, fortaleça com estas, busque mais parceria com boas pessoas. Como tratar “Alices”? É sempre bom manter boas relações com as pessoas que nos cercam. Não precisa ser falso, mas é bom saber tratar bem na medida do possível, até porque, quando as pessoas sentem gratidão por nós, a chance de pisarem na bola conosco diminui.
Muitas vezes também ocorre de um colega que temos boas relações no trabalho mudarem de comportamento conosco sem que saibamos o motivo. Nesse caso, se é uma amizade que consideramos muito, podemos chamar para um diálogo franco. Se é apenas um colega de trabalho, sabemos que há várias possibilidades para a mudança de comportamento: sabemos que podemos tê-lo magoado sem que saibamos a razão, alguém pode ter feito uma fofoca, ele pode ter feito deduções equivocadas diante de uma atitude sua, ele também pode simplesmente ter tomado alguma antipatia gratuita por você. Como resolver tais conflitos? Há uma pergunta simples que podemos utilizá-la sempre para resolver conflitos: Tenho alguma responsabilidade nessa situação? Se a resposta for negativa, prossiga teu caminho livre, leve e sem culpa. Se não cabe a você nenhuma responsabilidade, para que querer gerir conflitos, você já possui muitos para resolver. Agora, se você acha que tem alguma responsabilidade sobre o problema, veja qual parte lhe cabe para procurar solucioná-lo.
Ser “Alice” é um problema teu, ver alguém sendo assim, sorria, o problema não é teu. Além do mais “Alices” se incomodam com os que são bons, talvez este seja o teu caso. E lembre-se: auxiliar quando está a nossa altura vale à pena. Duvida? Tente e me conte.
By: Gisele Aguiar
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